Você já viveu a experiência angustiante de sentir um medo intenso de morrer, ter buscado ajuda de vários médicos e, após exames, ter recebido a confirmação de que não há nenhuma doença física relacionada a esse medo?
Você não está sozinho!
O transtorno de pânico é uma condição mental caracterizada por ataques súbitos e intensos de ansiedade, conhecidos como ataques de pânico. De acordo com a psicologia cognitivo-comportamental, esse transtorno é resultado da interação entre pensamentos disfuncionais, percepções distorcidas de ameaça e comportamentos de evitação. Pensamentos catastróficos, como medo de morrer ou enlouquecer, alimentam a ansiedade. Os comportamentos de evitação, como evitar lugares ou situações temidas, reforçam o ciclo do pânico. O tratamento cognitivo-comportamental visa identificar e modificar esses padrões disfuncionais, através de técnicas como reestruturação cognitiva, exposição gradual e treinamento de habilidades de enfrentamento. Isso permite ao indivíduo desenvolver estratégias mais adaptativas para lidar com a ansiedade, retomando o controle sobre sua vida.
Desmistificando os Sintomas do Transtorno de Pânico
Os sintomas do transtorno de pânico não são perigosos. Todos os sintomas estão relacionados a mecanismos desenvolvidos ao longo de milhares de anos de evolução, com a função de favorecer a sobrevivência do organismo em situações de perigo real ou imaginário.
Entendendo o Pânico:
De acordo com a terapia cognitivo-comportamental (TCC), o transtorno de pânico é caracterizado pela presença de ataques de pânico recorrentes e inesperados. Esses ataques são episódios súbitos de medo intenso ou desconforto intenso que atingem seu pico em poucos minutos e são acompanhados por uma série de sintomas físicos e cognitivos.
Na TCC, entende-se que os ataques de pânico surgem de uma interação complexa entre fatores cognitivos, comportamentais e fisiológicos. Acredita-se que as interpretações negativas e distorcidas dos sintomas físicos desempenhem um papel central na manutenção do transtorno.
Os pensamentos negativos automáticos durante um ataque de pânico podem incluir a crença de que se está tendo um ataque cardíaco, que vai desmaiar ou perder o controle, ou que está enlouquecendo. Essas interpretações catastróficas aumentam o medo e a ansiedade, alimentando um ciclo de pânico.
Além disso, comportamentos de evitação podem se desenvolver como uma estratégia para evitar futuros ataques de pânico. Isso pode levar a restrições significativas na vida diária, uma vez que a pessoa evita lugares, situações ou atividades que possam desencadear os sintomas de pânico.
A TCC trabalha para desafiar e modificar esses pensamentos negativos, distorcidos e catastrofizantes, ajudando o indivíduo a adotar uma perspectiva mais realista sobre os sintomas físicos e a entender que o pânico não é perigoso ou fatal. Estratégias de exposição gradual também são usadas para ajudar a pessoa a confrontar gradualmente as situações temidas e a aprender que as sensações físicas associadas ao pânico não são prejudiciais.
Além disso, técnicas de relaxamento e habilidades de autorregulação são ensinadas para ajudar a pessoa a lidar com a ansiedade e reduzir a probabilidade de futuros ataques de pânico.
Em resumo, a TCC aborda o transtorno de pânico considerando os aspectos cognitivos, comportamentais e fisiológicos, visando modificar os padrões de pensamento e comportamento disfuncionais associados ao transtorno, proporcionando alívio dos sintomas e uma melhoria na qualidade de vida do indivíduo.
Desvendando os Sintomas do Transtorno de Pânico:
- Respiração rápida e coração acelerado: O corpo busca garantir um suprimento adequado de sangue e oxigênio para os principais músculos agirem diante de uma ameaça.
- Sudorese: O aumento da temperatura corporal durante a suposta situação perigosa é controlado pelo suor, evitando o superaquecimento.
- Náusea, desconforto abdominal ou desarranjo estomacal: O corpo desativa funções não essenciais à sobrevivência para enfrentar a suposta ameaça, direcionando energia para as funções vitais. Alterações na mobilidade estomacal podem gerar sensações de desarranjo.
- Dormência e formigamento: Existem duas fontes para esses sintomas: a hiperventilação (respiração excessiva ao se preparar para reações de luta ou fuga) e o arrepio dos pelos, que aumenta a sensibilidade da pele para uma rápida reação diante de toque ou movimento. No entanto, essa reação pode causar sensações estranhas na pele.
- Tontura: Durante a hiperventilação, áreas do corpo recebem maior aporte de oxigênio, enquanto o cérebro recebe menos. Essa reação transitória e inofensiva pode resultar em tonturas, distúrbios visuais ou sensação de desrealização.
- Aperto ou dor no peito: É o resultado da tensão muscular global, que visa preparar o corpo para enfrentar o perigo.
- Desrealização ou ofuscamento da visão: A dilatação da pupila faz com que o ambiente pareça mais brilhoso ou turvo, permitindo a detecção de ameaças. Pode-se ter a sensação de ver as coisas através de um plástico.
- Sensação de asfixia ou engasgo: A sensação de asfixia ou engasgo tem duas origens: a tensão muscular geralmente aumentada, afetando os músculos ao redor do pescoço e esôfago, e a respiração acelerada, que resseca a garganta.
- Sensação de peso nas pernas: As pernas são fundamentais para as respostas de fuga, por isso os músculos dessa região ficam especialmente tensos, preparando-se para a ação.
- Calafrios/ondas de frio e calor: Esses sintomas resultam da combinação de transpiração aumentada e constrição dos vasos sanguíneos nas camadas da pele.
Psicologia e Arte
Um pouco sobre pânico
“Máfia no Divã” é uma comédia inteligente e cativante que combina elementos de humor, ação e drama para explorar os efeitos do transtorno de pânico em um contexto inusitado e inesperado. O filme é uma divertida jornada que oferece momentos emocionantes, risadas garantidas e uma perspectiva única sobre a vida de um mafioso em busca de equilíbrio emocional.
Sinopse – “Máfia no Divã” (1999)
“Máfia no Divã” (Analyze This) é uma comédia de 1999 dirigida por Harold Ramis. O filme apresenta um elenco estelar liderado por Robert De Niro e Billy Crystal. A trama gira em torno de Paul Vitti (interpretado por De Niro), um poderoso chefe da máfia de Nova York que é atormentado por ataques de pânico e crises de ansiedade.
Após um episódio particularmente traumático, Vitti busca ajuda de um terapeuta, o Dr. Ben Sobel (interpretado por Crystal). Embora inicialmente relutante em tratar um mafioso como paciente, o Dr. Sobel aceita o desafio e embarca em uma jornada hilariante e perigosa para ajudar Vitti a superar seus medos e ansiedades.
Enquanto Vitti e Sobel se envolvem em sessões de terapia tumultuadas, a dupla desenvolve uma relação única, misturando os desafios de lidar com as questões emocionais de Vitti com situações cômicas e absurdas. Enquanto Vitti tenta equilibrar sua vida como chefe da máfia com o tratamento psicológico, ele e o Dr. Sobel encontram-se em várias situações complicadas e engraçadas, misturando o mundo do crime com a terapia.
Trailer – “Máfia no Divã” (1999)
Onde assistir: Prime vídeo e HBO Max
Reflexão
No filme, Paul Vitti é um poderoso chefe da máfia que começa a enfrentar ataques de pânico e crises de ansiedade. Esses episódios são desencadeados principalmente por seu medo de morrer e pela pressão constante de seu papel na organização criminosa. Sob a perspectiva cognitiva-comportamental, podemos destacar alguns aspectos:
- Pensamentos negativos: Vitti tem pensamentos negativos recorrentes relacionados ao medo de morrer e à possibilidade de ser assassinado. Esses pensamentos catastrofistas podem desencadear seus ataques de pânico, gerando sintomas físicos e emocionais intensos.
- Crenças distorcidas: Vitti pode apresentar crenças distorcidas sobre a percepção de ameaça e perigo. Ele pode superestimar a probabilidade de ser alvo de ataques ou subestimar sua capacidade de lidar com essas situações.
- Respostas de evitação: No filme, Vitti evita situações que possam desencadear seu medo de morrer, como viagens, eventos públicos ou encontros com membros de outras gangues. Essas respostas de evitação são comuns em pessoas com transtorno de pânico, pois elas procuram evitar os gatilhos que desencadeiam seus sintomas.
- Comportamentos de segurança: Vitti pode adotar comportamentos de segurança para lidar com seu medo de morrer, como carregar uma arma de forma constante ou ter pessoas ao seu redor para proteção. Esses comportamentos são realizados para proporcionar uma sensação de controle e segurança diante das ameaças percebidas.
Ao longo do filme, o personagem passa por sessões de terapia com o Dr. Ben Sobel, interpretado por Billy Crystal, que utiliza abordagens terapêuticas da psicologia cognitivo-comportamental para ajudá-lo a lidar com seus sintomas de pânico. A terapia cognitivo-comportamental busca identificar e modificar os padrões de pensamento negativos, fornecer estratégias de enfrentamento eficazes e promover a exposição gradual aos medos e situações evitadas.
“Máfia no Divã” retrata, de maneira cômica, como o transtorno de pânico pode afetar a vida de uma pessoa, inclusive alguém com um estilo de vida atípico como um chefe da máfia. O filme oferece uma visão interessante e descontraída do processo terapêutico e de como as técnicas cognitivo-comportamentais podem ser aplicadas para ajudar indivíduos com transtorno de pânico a superar seus medos e recuperar o controle de suas vidas.
Oportunidade
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